EXPANSÃO SÓ DEPOIS DA REPOSIÇÃO DE 82%!

A expansão da UENF para outras partes da região norte-noroeste fluminense já estava prevista no Plano Orientador proposto por Darcy Ribeiro e está presente na Constituição Estadual. Esta expansão, baseada no modelo projetado por Darcy Ribeiro, prevê a consolidação do tripé base de todas as Instituições de Ensino Superiores: ensino, pesquisa e extensão, com ampliação dos cursos de graduação e pós-graduação. Quem não imagina este panorama como o futuro natural da UENF? Entretanto, temos que manter os pés no chão e avaliar criticamente as condições atuais para tal expansão: vamos assar um belo bolo e recheá-lo com o quê? Não nos esqueçamos que os cursos de graduação e pós-graduação e os programas de extensão não se fazem apenas com estrutura física, mas especialmente com professores/pesquisadores e alunos. E sejamos francos, as condições ofertadas hoje pela UENF não são atrativas a professores/pesquisadores que deverão assumir não somente as atividades acadêmicas, mas outras administrativas naturais de uma universidade ainda em expansão. Além disso, o quadro atual de professores da UENF vem mostrando uma perigosa redução em tamanho em função da saída de inúmeros professores, o que tem acarretado a sobrecarga de atividades daqueles que permaneceram.

A saída encontrada tem sido a contratação de profissionais de Apoio Acadêmico, o que fere diretamente a diretriz de Darcy Ribeiro de que a UENF teria seu corpo docente composto exclusivamente por doutores, o que pode resultar num médio-longo prazo, na diminuição da qualidade de ensino. A manutenção do quadro atual de saída de professores, a falta de perspectivas de contratação de novos professores para o Campus Darcy Ribeiro, a defasagem salarial e a tomada de uma política de expansão atropelada e não discutida entre os diferentes órgão colegiados envolvidos pode resultar em um sério problema institucional, onde as relações entre os servidores e a administração podem ser abaladas, prejudicando o processo natural de expansão da IES.

A compatibilidade entre a consolidação do campus principal e os projetos de extensão deve ser perseguida, sem o prejuízo, especialmente, daquilo que já está em funcionamento. Assim, não podemos esperar nada menos da atual administração, que a realização de esforços para a resolução do maior problema que hoje assola o Campus Darcy Ribeiro, ou seja, a recomposição salarial de seus docentes, estancando a perda de profissionais qualificados para outras instituições. Mas além de estancar a saída de profissionais, a recomposição salarial colocará a UENF em posição competitiva na atração daqueles que queiram permanecer na instituição, não sendo utilizada apenas como um trampolim temporário até que melhores condições apareçam. Se isto não acontecer, a UENF se transformará numa universidade dormitório, onde os docentes recém-chegados ficarão o tempo suficiente para engordar seus currículos para prestar concursos em outras instituições, principalmente nas federais.

É para evitar este cenário desolador que devemos lutar por 82% de reposição salarial, antes de efetuarmos qualquer tipo de expansão que pode resultar em estruturas vazias: um belo bolo sem recheio!

DIRETORIA DA ADUENF

Postagens mais visitadas deste blog

ADUENF envio ofício ao reitor da UENF requisitando informações sobre condições para funcionamento

Funcionários da USP iniciam greve mesmo após reitoria ameaçar cortar salários