Grevistas da Uenf levam indignação para as ruas

Professores em greve se concentraram na Pelinca

Há um mês em greve, sem indicação de abertura de negociação com o governo, professores da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) levaram sua indignação ao público na noite desta quinta-feira, na Avenida Pelinca, uma das mais movimentadas de Campos. Os docentes pedem reajuste salarial de 65%, alegando que os professores da Uenf têm o menor salário do país.

Segundo o presidente da Associação dos Professores da Uenf (Aduenf), Raul Ernesto, a categoria esteve 66 vezes no Rio buscando entendimento com o governo. Na terça-feira, pela primeira vez, foram recebidos pelo presidente da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), Paulo Melo. “Ele se comprometeu a tentar abrir um canal de negociação. Não estamos falando de um movimento eleitoreiro. Nosso movimento é em defesa da qualidade de ensino da universidade”, disse Raul.

Os professores da Uenf com doutorado e que trabalham em sistema de dedicação exclusiva ganham hoje R$ 6,7 mil. O reajuste pleiteado elevaria para R$ 11 mil. “Dedicamo-nos exclusivamente à Uenf. Não podemos ter outra fonte de renda. Então, merecemos receber por isso. Nosso trabalho é formar profissionais. Quando eles passam em concursos e vem trabalhar conosco, já vem ganhando praticamente o mesmo que nós, que nos dedicamos há tanto tempo”.

Raul ainda lembrou que com o baixo salário é cada vez mais difícil garantir professores de qualidade. Segundo ele, os profissionais desistem da carreira em Campos, fazem prova para outras cidades e estados, são aprovados e vão embora. “Não conseguimos outros com a mesma qualificação para o lugar deles. Então, são contratados professores sem doutorado. Queremos a garantia de qualidade no ensino”, finalizou.

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