COMUNICADO DO COMANDO DE GREVE SOBRE REUNIÃO COM O SECRETÁRIO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO DO RIO DE JANEIRO, SÉRGIO RUY


Como já tínhamos informado, na sexta feira 05 de outubro, um grupo de professores e técnicos da UENF esteve numa reunião na SEPLAG, com o secretário de Planejamento e Gestão, Sr. Sérgio Ruy. Quase todos os segmentos da UENF estiveram representados: o Reitor com os seus assessores, os representantes do SINTUPERJ, o presidente da ADUENF e a professora Priscila. O secretário de Ciência e Tecnologia, prof. Luís Edmundo, também participou da reunião. Antes mesmo da reunião, motivo pelo qual saímos às 04 da manhã de Campos, mantivemos uma conversa preliminar com o secretário de Ciência e Tecnologia, Luís Edmundo Costa Leite. 

Na conversa com o secretário de Ciência e Tecnologia, apresentamos o firme propósito da ADUENF em encontrar um caminho simples e rápido para poder negociar com o governo Sérgio Cabral, pois agora era o nosso momento de receber os 65% pelo regime de Dedicação Exclusiva. Fazendo uma retrospectiva dos fatos, deixamos claro que a greve na UENF só está acontecendo porque, em algum momento da negociação pela DE, fomos excluídos da discussão. Entretanto, afirmamos que o caminho da negociação desde sempre foi aquele que a diretoria tinha escolhido para resolver os problemas da UENF. O secretário Luiz Edmundo manifestou preocupação pelos estudantes e deixamos claro que a diretoria tinha sempre cuidado com muito carinho dos estudantes, até pelo fato do presidente ser pai de uma aluna, e que a greve também atendia aos estudantes, pois quando o salário na UENF se tornasse atrativo conseguiríamos resolver o problema do curso da Computação, que atualmente conta com apenas quatro professores, para citar apenas um exemplo. Algumas outras colocações foram feitas pelo secretário, contudo, deixamos claro que estávamos investidos com o espírito da negociação e não da tensão. 

A segunda reunião foi bem mais forte, ainda que os representantes da ADUENF tenham sido tratados respeitosamente. O secretário Sérgio Rui nos recebeu na sua sala, com três dos assessores e toda a logística que ele sempre utiliza nas reuniões. A ADUENF, ao fazer uso da palavra, realizou, novamente, uma retrospectiva do que tinha acontecido desde maio de 2011 até aquele momento, fechando com a demanda de 65 % como justo pagamento pela Dedicação Exclusiva. Na fundamentação fizemos uso da situação extremamente pouco atrativa dos nossos salários, o pior vencimento inicial do Brasil, do ganho das federais e do valor ganho pela UERJ além da situação de desenvolvimento da Região. 

O secretário Sérgio Ruy apresentou os dados de investimento do governo Cabral para com as Universidades Estaduais. Todos os dados apresentados estavam referidos ao governo Cabral; desde 2006 até 2012. Na avaliação do secretário, tinha acontecido, no período, um incremento de 67 % no gasto em pessoal, acima da inflação, existindo categorias na UENF que apresentaram ganho mais de 100%. No relativo a custeio, os valores apresentados mostram um incremento de mais de 100% no período. Em resumo, na opinião do Sr. Sérgio Ruy está tudo bem e não existe corrosão do salário. 

Finalmente, o secretário de Planejamento e Gestão fez um percorrido pelas demandas dos técnicos e foi eliminando uma após a outra, inclusive o retorno dos R$ 10 milhões. O único problema ao qual o secretário se manifestou sensível foi em relação ao pagamento pela D.E. Segundo o secretário, o governo sempre tem atendido muito bem à UENF e que desta vez não seria diferente. O pagamento pela DE foi detectado como a espinha dorsal do movimento dos professores, além da causa do futuro diferencial entre os salários dos professores das Universidades Estaduais. Assim, o secretário acrescentou que o governo Cabral estava interessado em negociar este ponto, porém não tinha como se comprometer com a solução, pois a mesma dependia da situação econômica do estado, e que para negociar, os professores, teríamos que encerrar a greve.

Na defesa das nossas demandas apontamos que o ano 2006 poderia ser considerado um ponto fora da curva, já que se referia à implementação do PCV, pois o mesmo representava a recuperação de parte da perda salarial acumulada nos governos anteriores. Assim, ao eliminar o ano de 2006, o valor relativo ao crescimento dos gastos com pessoal na UENF diminuía para 12 %, e 15 % no relativo ao incremento em custeio. Também lembramos ao secretário Sérgio Ruy que, no caso de pessoal, tínhamos um crescimento vegetativo. Na defesa da DE entregamos os cálculos do impacto à folha de pagamento, acrescentando que o valor, 23 milhões, era pouco representativo ao ser comparado com o orçamento do estado do Rio de Janeiro. 

Em relação à possível abertura de um canal de negociações, explicamos a greve só aconteceu pela falta um canal de negociações verdadeiro, com reais possibilidades de solucionar os nossos problemas, entre a ADUENF e o governo do estado. Concordamos em levar a posição do secretário Sérgio ao comando de greve e à uma assembleia. Como era esperado, ao final o secretário lembrou que o governo de estado, até o presente momento, não tinha tomado nenhuma atitude mais forte contra o movimento, comportamento que poderia mudar caso não fosse atendido o pedido. Como resposta, lembramos que o momento é de negociar e não de tensionar as relações. 

Caros Uenfianos, o que fazer? O Comando de Greve e a diretoria da ADUENF sempre foram a favor do caminho da negociação. Caso contrário não teríamos realizado 72 viagens ao Rio de Janeiro e outros lugares, na tentativa de abrir um canal de negociação. Poderíamos simplesmente pagar e ver o que acontece. Em caso de nada acontecer, como já foi sugerido, voltamos à greve. Entrar e sair de greve já foi feito em outras ocasiões. No entanto, pagamos até hoje a indignação dos estudantes ao se sentirem usados pelo movimento na greve anterior. 

Sacrificar nossas férias, o tempo com as nossas famílias, as sonhadas férias em janeiro, e porque não as nossas vidas na BR 101, não têm problema, sempre e quando não sejam em vão. Mas o fato é que necessitamos de alguma prova material para mostrar e utilizar na continuidade do movimento. Necessitamos ao menos de uma carta de compromisso que nos garanta algum resultado e que nos permita poder iniciar e terminar o próximo semestre sem a sombra de uma nova greve. Por outro lado, e não menos importante, temos que mostrar decoro para com aqueles que marcham junto ao movimento e aos nossos aliados da ALERJ, pois ao final das contas lá será onde tudo se resolve. 

Caros membros da comunidade UENFIANA, na tentativa de iniciar um processo de negociação com qualidade e que permita solucionar os nossos problemas, mandamos nesta 3ª. Feira (09 de outubro) uma carta ao governado do Estado do Rio de Janeiro, Sr Sergio Cabral. Nesta correspondência deixamos claro o nosso interesse em negociar, em acabar, o mais rapidamente possível, com o movimento de greve; reconhecemos a importância da reunião do dia 05, e solicitamos a manifestação do governo em relação à principal demanda da categoria, o pagamento pela DE. Cópias desta carta foram enviadas para a SEPLAG, a SECT, a Casa Civil, para o Deputado Paulo Melo o Comte Bittencourt e a deputada Janira Rocha. Um dos membros do comando de greve foi para o Rio de Janeiro apenas para protocolar o documento nessas diferentes instâncias do executivo e do legislativo. 

Por esse motivo é que a reunião de quinta adquire uma especial importância. Sabemos que muitos pretendem viajar no feriado, mas, foi dada a palavra ao secretário Sérgio Ruy que esta semana teríamos reunião, e entendemos importante manter os nossos compromissos. A resposta à nossa carta ao governador Sérgio Cabral pode não chegar até quinta, porém fica o compromisso de que assim que a mesma chegar convocaremos uma nova assembleia para discutir a melhor estratégia para continuar o processo de negociação com o governo. 

Campos dos Goytacazes, 10 de Outubro de 2010.

COMANDO DE GREVE DA ADUENF

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