Folha da Manhã publica matéria sobre greve geral na UENF

Universitários vão fechar BR 101

Dulcides Netto
Foto: Rodrigo Silveira
A greve em todos os setores da Universidade Estadual Fluminense do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) prossegue sem prazo para acabar. Na tarde de segunda-feira (14), membros do Diretório Central dos Estudantes (DCE), que estão de braços cruzados desde o dia 17 de março, decidiram, em assembleia, por uma manifestação na rodovia BR 101, paralisando a pista na altura do Shopping Estrada na quarta-feira (16), a partir das 9h. Também segunda, alunos voltaram a bloquear a reitoria da universidade. Os professores, que estão há cerca de um mês em greve e sem proposta do governo, também estarão no ato dos alunos, fazendo panfletagem.
Técnicos administrativos e funcionários da Fundação Estadual do Norte Fluminense (Fenorte) também seguem 28 e 30 dias, respectivamente, parados, sem sinal do governo estadual. Já no próximo dia 21 serão os técnicos administrativos e professores do Instituto Federal Fluminense (IFF) — Reitoria, campus-Centro e Macaé — que também vão cruzar os braços, tendo como reivindicação principal a data-base para maio.
De acordo com o estudante de Ciências Sociais Manolo de Araújo, 20 anos, os discentes da Uenf estão reivindicando funcionamento do restaurante universitário, aumento da bolsa (cota e apoio) para 75%, construção da Moradia Estudantil e/ou auxílio moradia. Segundo ele, a água ofertada pela universidade também seria de péssima qualidade, o que poderia ser prejudicial à saúde de alunos e funcionários.
A assessoria de comunicação da Uenf informou, em nota, que a Reitoria da Uenf já deu início a um estudo de viabilidade orçamentária para saber se é possível arcar com os custos do auxílio moradia. E que, caso isso não seja possível dentro do atual orçamento da Uenf, a Reitoria se empenhará para obter, junto ao governo os recursos necessários. Também informou que o processo de licitação para a compra dos equipamentos e utensílios do Restaurante Universitário já havia sido iniciado antes da greve dos estudantes (pouco antes da visita do secretário de estado de Ciência e Tecnologia, Gustavo Tutuca, à Universidade, no mês passado). Informou ainda que o reajuste das bolsas será efetivamente pago a partir do retorno às aulas. “Com relação à água amarelada, a Prefeitura da Uenf já está tomando as providências necessárias para sanar o problema. Como não são todos os bebedouros que estão apresentando água com este problema, a Reitoria acredita que se trate de um problema pontual. Além disso, a Reitoria informa que já foram comprados bebedouros e filtros novos que deverão ser instalados em breve”, disse a nota.
Enquanto isso, professores seguem em greve e reivindicam reposição de 86,7% das perdas salariais relativas ao período entre 1999 e 2013 e pagamento de 64% pelo regime de Dedicação Exclusiva. Técnicos administrativos já estão de braços cruzados há 28 dias. Os 406 servidores pedem a revisão da tabela salarial e reajuste de 86,7% sobre os vencimentos. Assim como funcionários da Fenorte, que reivindicam reposição salarial de 63,3% pelas perdas inflacionárias dos últimos 8 anos, redefinição do estatuto da Fenorte, reajuste do auxílio-creche e auxílio-alimentação dos servidores da Fundação.
A equipe de reportagem entrou em contato com a secretaria estadual de Ciência e Tecnologia, mas não teve êxito até o fechamento desta matéria.
 

Postagens mais visitadas deste blog

ADUENF envio ofício ao reitor da UENF requisitando informações sobre condições para funcionamento

Funcionários da USP iniciam greve mesmo após reitoria ameaçar cortar salários

DIA 19 CONVIDAMOS TODOS A COMPARECER À ALERJ