Site Campos 24 Horas fala sobre aprovação do PL 3050/2014

Uenf sinaliza fim de greve após aprovação de PL

quinta-feira, 26 de junho de 2014    -    Foto: Arquivo

Tanto Comissão de Educação quanto sindicato desaprovaram atuação da reitoria nas negociações

centro de convenções Uenf“Lamentável” e “desastrosa” foram os adjetivos usados para classificar a atuação da reitoria da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) nas negociações para aumento de salário dos servidores. Aconteceu nesta quarta-feira (25), na Alerj, a votação do Projeto de Lei 3050/2014, que foi enviado pelo governo do Rio à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e sofreu pedido de emendas pela Associação dos Docentes da Uenf (Aduenf). As emendas do sindicato caíram e novos itens baseados nelas foram acrescentados, antes do projeto ser aprovado. A insatisfação com a proposta aprovada é do sindicato e também dos integrantes da da Comissão de Educação da Alerj.

O deputado estadual e presidente da Comissão de Educação, Comte Bittencourt, classificou como “desastroso” o posicionamento da universidade que, através do reitor Silvério de Paiva Freitas, teve um posicionamento considerado inexpressivo. Através do deputado Felipe Peixoto (PDT), a reitoria propôs apenas duas emendas: uma que trata da antecipação da segunda parcela dos reajustes para janeiro de 2015 para todas as categorias e outra que se refere à equiparação das tabelas dos Técnicos de Nível Elementar, Fundamental e Médio com a Uerj. Em sua fala, o deputado lamentou “a forma desastrosa com que a Reitoria da UENF conduziu o processo de reajuste salarial”.

“A reitoria foi inabilidosaA Comissão de Educação, no seu conjunto de deputados é tida como uma comissão operante. A Comissão esteve mais de dez veze na Uenf, mantendo contato direto e debatendo  e aí vem a reitoria e apresenta  emendas sem debater plenamente com a educação”, completa o deputado, em entrevista ao JB.

Luis Passoni, presidente da Aduenf, também tem críticas à reitoria: “a reitoria da universidade, desde a gestão anterior, age muito mais como uma secretaria do estado defendendo os direitos do governo do que como representante da comunidade universitária. Isso  é lamentável. O que vemos é uma postura entreguista, que dificultou muito o nosso trabalho. Há inúmeros pontos que o reitor não costurou, vendendo barato a universidade”, condena o professor.

Na proposta aprovada, prevalece a tabela salarial enviada pelo governador, Luis Fernando Pezão, que conta com problemas de reajuste salarial diferenciado, com porcentagens entre 19 e 39%. Já no caso dos servidores, foi aprovado uma reposição linear de 19% para todos os níveis, divididos em duas parcelas, como no caso dos docentes. As parcelas serão pagas em julho de 2014 e março de 2015 e não em julho de 2015 como queria inicialmente a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), comandada por Sérgio Ruy Barbosa. Para Passoni, isso não é grande vantagem.

“Foi muito negativo que a gente tenha tido que fazer uma greve, e a Seplag não apresentar nada diferente do que ela apresentou em junho do ano passado. A situação só piorou, porque na época, dizia-se que as parcelas seriam em janeiro de 2014 e 2015 e agora serão em julho 14 e março 2015. Não compreendemos porque até fevereiro  não tinha sido apresentado o Projeto de Lei. Foi necessário uma greve de 90 dias para que fosse apresentado isso. É um descaso muito grande com a educação, especialmente com o interior do estado”, lamenta Passoni.

Apesar da insatisfação, o indício é que a greve deve acabar. “Não vamos continuar em greve, por respeito ao trabalho dos deputados que apoiaram a gente. Vamos fazer uma assembleia semana que vem para discutir e veremos o que será votado. Vamos continuar reivindicando com os deputados, vamos continuar nessa luta, mas provavelmente sem paralisação”, completa o diretor do sindicato.  

O ponto positivo, para Bittencourt, é uma percepção maior sobre a necessidade de unir as negociações das instituições de ensino superior do estado do Rio. “O grande passo que foi dado na questão da Uenf é o amadurecimento do conjunto dos parlamentaras e de setores do poder executivo de começar a trabalhar com um plano único para todos as instituições”,  explica.

Hoje, são cinco instituições de ensino superior do estado: Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Estadual da Zona Oeste (Uezo), Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), Uenf e Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (Cederj). “Todo ano temos que discutir as mesmas questões cinco vezes: discute greve de um, greve de outro, e hoje há um maior amadurecimento para pensar numa gestão unificada”.

O deputado lembra também que, outro ponto positivo é finalmente os servidores da Fundação Estadual do Norte Fluminense (Fenorte), terem seus salários equiparados ao da Uenf que, por sua vez, pede equiparação aos salários da Uerj. A disparidade entre salários de professores da mesma titularidade e do mesmo governo foi um dos pontos principais da reivindicação da greve que, com o reajuste dado, continuou sem ser atingindo.

A assessoria da Uenf foi procurada para se posicionar sobre as críticas mas não respondeu.

FONTE: http://campos24horas.com.br/portal/uenf-sinaliza-fim-de-greve-depois-de-aprovacao-de-pl/#.U6xhCfldWFh

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