Diretoria da ADUENF faz balanço de mobilização na ALERJ


A Diretoria da ADUENF vem a público para fazer um breve relato dos acontecimentos do dia de ontem (09/12), dia de paralisação para agudizar a luta pelos direitos dos estudantes e trabalhadores da UENF, e em defesa do ensino público gratuito e de qualidade.

Primeiramente, gostaríamos de esclarecer que é a nossa preocupação com o ensino de qualidade a ser oferecido nas universidades públicas, que levou a assembleia da ADUENF a tomar decisões tão duras como paralisações e a entrada em estado de grave. Tal atitude foi tomada como resposta direta contra o desrespeito praticado pelo governo de estado do Rio de Janeiro com o salário dos servidores, das bolsas dos estudantes, e o financiamento da universidade para 2015. Tentar inverter a relação causa e efeito da paralisação de ontem, sem mencionar ou debater os verdadeiros motivos é uma atitude, no mínimo, insensata.

Voltando as atividades de ontem, um grupo de professores, técnicos e estudantes foi até a Alerj a participar na audiência pública da Comissão de Educação, fazer panfletagem com os deputados, e mostrar o nosso desacordo e indignação sobre a forma como o governo de estado está tratando as Universidades e o funcionalismo público no estado do Rio de Janeiro.

Da audiência pública ficou clara a penúria em que se encontram as Universidades Estaduais, como resultado da política do governo do estado de desmonte e privatização do ensino público universitário do Rio de Janeiro. Como pontos em comuns foram apontados o parcelamento dos salários, a incerteza no pagamento da segunda parcela do décimo terceiro, a incerteza do pagamento dos salários e as bolsas nos primeiros meses de 2016, o atraso das bolsas, a diminuição da verba de custeio das universidades, o baixo investimento nas mesmas, o atraso no pagamento dos trabalhadores terceirizados, a falta de transparência dos gestores públicos, a falta de transparência das contas públicas, etc.

Ficou claro que embora o governo tente justificar a penúria universitária com a crise atual, a grande verdade é que as universidades estaduais nunca tiveram períodos de “vacas gordas”, pois os nossos orçamentos sempre foram contingenciados, e nunca tivemos  autonomia financeira para poder gerir o orçamento restante. Só como forma de exemplo, o orçamento da UENF de 2015 foi de R$ 201 milhões, que passou para R$ 190 milhões após o contingenciamento, e que virou R$ 145 milhões liberados para empenho (realmente permitido a ser utilizado). No mês de novembro, após a liquidação e pagamento, a UENF apresentava uma divida de R$ 5 milhões em custeio e  R$ 10 milhões em pessoal, segundo os  dados apresentados pela Comissão de Educação. Uma avaliação básica revela que do orçamento inicial ao efetivamente liberado para empenho, a UENF sofreu uma corte de praticamente 30 % do valor relativo ao custeio.

A segunda tarefa também foi realizada, pois as nossas demandas, organizadas segundo as nossas prioridades, foram entregues aos deputados na forma de um documento único assinado pelos representantes das três organizações de classes, deixando claro, desta forma, a unidade existente atualmente entre as categorias da UENF. No cumprimento desta segunda tarefa, um dos grupos conseguiu uma entrevista com o representante do governo na Alerj, deputado Edson Albertassi, ficando acordado a realização de uma reunião com o presidente da casa, deputado Jorge Picciani, com a presença do presidente da Comissão de educação,  deputado Comte Bittencourt,  no intuito de resolver a atual crise das universidades estaduais, crise esta demonstrada pela paralisação, no dia ontem, das três universidades estaduais, apresentando especial importância a ocupação estudantil da UERJ e a UEZO. Mais uma vez fica clara a necessidade da paralisação no dia de ontem.

Ao final dos trabalhos, os deputados da região em conjunto com os membros da comissão de educação decidiram pela criação de uma frente parlamentar em defesa da uenf, deixando clara a ideia que “deputado que não vota pela uenf, não gosta de Campos.

A luta continua, com a certeza de que só através dela vamos conseguir os nossos objetivos.

Campos dos Goytacazes, 10 de Dezembro de 2015.

DIRETORIA DA ADUENF

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