ADUENF se manifesta sobre ataques contra a UENF e o financiamento da ciência


Fechamos a primeira semana de agosto com duas notícias impactantes para nossa Universidade. A primeira não é exatamente uma novidade e tem sido denunciada pelo conjunto do funcionalismo público fluminense: Especulações sobre a continuidade de pagamento dos salários após as eleições de 2018 rondam o cenário político e voltam a assombrar as Universidades Estaduais ligadas a pasta de Ciência, Tecnologia e Inovação. Nunca é demais lembrar que docentes da UENF receberam seus vencimentos atrasados (além do drama de meses em que os salários não foram depositados).Pois bem, a UENF segue em relativa normalidade com a regularização dos vencimentos mas ainda amarga o não pagamento dos duodécimos aprovados em dezembro na ALERJ. E isto representa muito para realização da pesquisa, ensino e extensão, fundamentais para o desenvolvimento da região norte fluminense

A segunda notícia atinge em cheio nossa Universidade. O presidente da CAPES (Conselho de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) , Abílio Baeta Neves, enviou nesta semana, carta denunciando os cortes de verbas para instituição. Em resumo, o impacto destes cortes significaria a suspensão de pagamento de quase 200 mil bolsas. Com esta medida e se nada for feito. o ano de 2019, como diz Miguel Nicolelis, será a “pá de cal para a ciência brasileira’. O momento não poderia ser pior a considerar a situação lamentável em que se encontra a pesquisa fluminense com a crise instaurada na Faperj desde 2015. O montante de dívida do Estado com a Fundação já soma R$ 450 milhões. Além disto, o corte de recursos impossibilita a conclusão de pesquisas relevantes no Estado do Rio de Janeiro.

 A UENF conta com 15 cursos de Pòs Graduação credenciados pela Capes. São cursos em áreas estratégicas (engenharias, biotecnologia, ciências humanas entre outras) e que têm formado ao longo dos últimos anos, cientistas de excelência para atuação em distintas áreas do conhecimento.


Em 2017 a ADUENF realizou uma série de eventos para discussão não só da Universidade que queremos, mas das formas de financiamento e defesa da Ciência e Tecnologia. Em novembro  um dos principais jornalistas da área de ciência no Brasil, Maurício Tuffani, participou do evento “O futuro da Ciência no Brasil em debate” junto ao professor do Instituto de Biofísica, Jean Remy Davée Guimarães. Ambos alertaram para a urgência em consolidar formas de reação da comunidade científica brasileira ao desmonte promovido pelo governo Temer.



Diante deste cenário é fundamental denunciar que este desmonte é um projeto dentro do pacote de políticas de austeridade que vêm diminuindo drasticamente os investimentos em saúde, educação e como não seria diferente, produção de conhecimento, ciência e tecnologia.

Por esta razão, a ADUENF conclama a comunidade científica da UENF e resistir a mais este ataque desferido contra pesquisadores e pesquisadoras, que aperfeiçoam seus conhecimentos e desenvolvem suas pesquisas a partir das bolsas recebidas em mestrado, doutorado e pós doutorado, dentro e fora do país.

Não podemos aceitar tamanho retrocesso principalmente quando alcançamos maiores níveis de democratização das Universidades brasileiras nas últimas décadas, ampliando programas de assistência e permanência estudantil.  

DIRETORIA DA ADUENF
Gestão Resistência & Luta

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