Folha da Manhã: Villa Maria tem energia cortada e suspende atividades



Por Carolina Barbosa com fotos de Tércio Teixeira 

Horas após a crise financeira da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) ser discutida em audiência pública promovida pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), no Centro de Convenções, a energia elétrica de prédios ligados à universidade começou a ser cortada na tarde dessa segunda-feira (2). A concessionária Ampla interrompeu o fornecimento de energia na Casa de Cultura Villa Maria, que é vinculada à Uenf, o que levou à suspensão de atividades na unidade.

Segundo a diretora da Villa Maria, Simone Teixeira, foi um susto ao ver a energia cortada. “O Governo do Estado contingenciou a verba da Uenf desde outubro de 2015. Então, desde outubro, nenhuma das contas de condomínio (água, luz, entre outros) foi paga, porque o governo não repassou à universidade. São seis meses. Hoje a gente totaliza R$ 12 milhões em dívidas na universidade. A Ampla há tempo vinha ameaçando o corte”.

Simone ainda ressaltou os prejuízos com o corte de luz. “Temos recebido muitos pesquisadores de outras instituições, porque temos aqui algum material de pesquisa, temos alunos de iniciação científica, jovens talentos, pesquisadores que vêm consultar nosso acervo. Também temos atendido alguns projetos da comunidade. Por exemplo, no próximo sábado a gente vai receber o circuito ‘Rock Goitacá’, que acontece no jardim. Eles contavam com a Villa. Hoje (terça) e amanhã (quarta) haveria uma reunião de um convênio que a universidade tem e tivemos que suspender todo o evento. Vamos ficar também sem água, porque não vai ter como levar água até a caixa. Na verdade, uma situação que só tende a piorar. A Villa Maria, antes de ser uma parte da universidade, é um símbolo para a cidade”.

Em nota, a Ampla confirmou o corte de energia, “devido ao não pagamento de faturas por parte do Estado. A empresa somente tomou a decisão de interromper o abastecimento de energia após tentar negociar o débito em várias ocasiões”.

A assessoria de imprensa da secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia informou que “há, de fato, atraso nos repasses para custeio, frutos da crise econômica pela qual passam o Estado e o país. O Governo do Estado, através da secretaria de Estado de Fazenda, tem feito repasses de acordo com a disponibilidade de recursos em caixa. Novos pagamentos serão realizados o mais rapidamente possível, dependendo da disponibilidade de recursos. A prioridade tem sido o pagamento de salários”.

Audiência — Na audiência pública, ocorrida na última segunda-feira, o presidente da Comissão de Educação da Alerj, deputado Comte Bittencourt (PPS), disse que o objetivo era tentar “abrir canais de diálogo” para ajudar a solucionar o problema, que ameaça fechar a universidade. Ele recebeu um abaixo-assinado com mais de oito mil assinaturas, pedindo a solução da crise. Já o deputado Waldeck Carneiro (PT) informou que a Alerj enviará à universidade o valor de R$ 1,5 milhão de seu Fundo, a exemplo do que já fez com a Uerj e Uezo. Outra proposta, esta levantada pelo deputado estadual Geraldo Pudim (PMDB), é ofertar independência financeira à instituição, para que ela não dependa exclusivamente dos repasses do governo estadual.

FONTE: 
http://www.fmanha.com.br/geral/villa-maria-tem-energia-cortada-e-suspende-atividades

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