Brasil 247 publica matéria denunciando abandono da Uenf pelo governo do Rio de Janeiro

Rio também abandona Universidade Estadual do Norte Fluminense



O abandono de universidades estaduais no Rio se alastra pelo interior do estado; na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) o caos tomou conta da instituição; técnicos-administrativos recebendo doações de alimentos, três meses de salários atrasados prestes a levar ao endividamento com despesas pessoais e até a problemas psicológicos; esse é a difícil situação de funcionários da instituição, relata o professor associado Alessandro Coutinho Ramos, do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB); "O Rio de Janeiro esqueceu da UENF e o Brasil também! Não sabemos o que mais fazer e estamos impotentes perante a esse caos em nossa vida pessoal e profissional"

Rio 247- O abandono de universidades estaduais no Rio em consequência da crise econômica também pode ser visto no interior do estado. Na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), salários atrasados, servidores recebendo até doações de alimentos, pagamentos de parcelas que mal servem para pagar gastos pessoais. Esse é o retrato da instituição, conforme relato do professor associado Alessandro Coutinho Ramos, do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB).
Segundo o professor, "infelizmente, a mídia do Rio e do Brasil tem dado mais ênfase ao caos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e se esquecendo completamente que são três universidades estaduais no Estado". "O Rio de Janeiro esqueceu da UENF e o Brasil também! Não sabemos o que mais fazer e estamos impotentes perante a esse caos em nossa vida pessoal e profissional".
Docente bateu duro no governo Luiz Fernando Pezão, pois, de acordo com o docente, vem "pagando pequenas parcelas humilhantes que nem chega para pagar o plano de saúde da família, despesas com aluguel, luz, água e condomínio".
"Estamos vivendo o pior momento das nossas vidas com três meses de salários integrais atrasados e o décimo terceiro de 2016. A Universidade está sem os repasses aprovados em orçamento do governo desde 2015 e com isso sem seguranças e com serviços de água e luz mantidos sob liminares. Tudo isso se agrava com os jovens estudantes de diferentes regiões do Brasil com as bolsas atrasadas. A única fonte de sustento de muitos deles", diz ele, vice-presidente da associação docente da universidade (ADUENF).
O magistério afirma que "amigos docentes estão doentes, alguns deles com problemas psicológicos e no caminho do endividamento". "Os Técnicos administrativos vivem numa situação pior ainda que a nossa tendo já relatos de não poderem ir trabalhar por falta de recursos. Estes estão usando a criatividade organizando bazares e recebendo doações de alimentos. Muito triste!", continua.
Críticas ao governo
O docente não poupou críticas ao governo Luiz Fernando Pezão. "Somos todos em regime de Dedicação Exclusiva e sem receber quatro vencimentos integrais. Em agosto podemos completar 5 meses sem os salários integrais, e o governo vem nos pagando pequenas parcelas humilhantes que nem chega para pagar o plano de saúde da família, despesas com aluguel, luz, água e condomínio", conta.
Coutinho reforça que "os projetos de pesquisa do principal fomento que é a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), que sem recursos não faz os depósitos aos contemplados em editais". "A pesquisa está sendo afetada dia a dia. A sensação de incerteza do plano do governo do RJ, especificamente do governador Pezão, com a 'educação superior, ciência e tecnologia' é muito cruel. Esse desmonte terá um custo muito alto em pouco tempo os jovens do estado. Destaco que a UERJ e a UEZO estão na mesma situação da UENF", diz.
"A nossa associação docente (ADUENF) vem lutando e remando contra a maré para divulgar e lutar pelos nossos direitos e por isso lançou diversas campanhas no facebook, incluindo internacionais. A adesão virtual é sensacional mas sem efetividade prática. Procurar políticos do Estado nada tem adiantado, o esquema de destruição foi bem arquitetado e a oposição é minoria", complementa.
O professor disse, ainda, que "a UENF é a terceira melhor universidade estadual do país, segunda do RJ e décima terceira do Brasil segundo o Ranking do INEP/MEC com base no IGC de 2015, recentemente divulgado". "Constituída por 100% de docentes doutores tem uma importância imensa no norte e noroeste fluminense, e também no sul do Espírito Santo, formando e transformando a vida de milhares de jovens em diferentes áreas do conhecimento".

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