Contagem regressiva: data limite para conceder reajuste se aproxima e governo não sinaliza avanço

Estudos e mais estudos. Esta foi a resposta da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) em relação à campanha salarial unificada da Aduenf, Asduerj e Sintuperj. Em reunião realizada nesta segunda-feira, dia 14, com o Superintendente de Carreira, Remuneração e Treinamento, Ivan Diniz, e seu assessor, Pedro Brás, ficou clara a postura intransigente do governo Cabral em não ceder reajuste. Desculpas como estudos técnicos, falta de dados sobre a situação das universidades e royalties do pré-sal foram recorrentes nas falas dos técnicos, seguindo a mesma lógica do governo.

A reunião aconteceu quatro dias depois que Cabral anunciou e retirou no mesmo dia um reajuste de 22% para instituições estaduais, dentre elas, a Uerj e seus técnico-administrativos. É importante lembrar que o governo atropelou o diálogo com as entidades, não discutiu valores e nossa defasagem continua em 82%. Novamente, utilizando o pretexto da divisão dos royalties do pré-sal para toda a União, sem privilegiar os Estados produtores, Cabral faz chantagem política com o salário do trabalhador.

“Se os 22% tivessem passado na Câmara e não tivesse a votação do pré-sal, como ficariam os estudos da Seplag? Como ficariam os docentes? Como ficaria a discussão do Plano de Carreira Docente (PCD), feito fora do Conselho Universitário, com uma distorção de 30% para os técnicos? A situação avança ou não, independentemente de Brasília?”, provocou Jorge Luís Mattos de Lemos, “Gaúcho”. O superintendente respondeu que os estudos continuarão para uma retomada de perspectiva. “Temos a intenção de fazer revisão dos planos e detectar as anomalias presentes”, informou.

Denúncia Indignados com a postura da Seplag, os representantes sindicais denunciaram, mais uma vez, a situação da Uerj e da Uenf. “Tivemos concurso público para dez vagas para o Centro de Ciência e Tecnologia (CCT) e metade não foi preenchida. Não conseguimos preencher as vagas e isto está tornando a situação da Uenf insustentável”, apontou o professor Luís Passone, membro do Conselho de Representantes da Aduenf. Marcos Pedlowski, presidente da Aduenf enfatizou: “Só temos um docente no curso de Ciência da Computação e, provavelmente, será fechado em breve”.

Por uma situação gritante passa o Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) sem infraestrutura de atendimento aos pacientes, formação dos universitários e pesquisa dos docentes. “Temos o setor de neurologia que está na iminência de fechar por falta de docente e técnico-administrativo. Sofremos com evasão, com aposentadorias e mortes dos servidores”, disse Gaúcho. Já o coordenador jurídico do Sintuperj, Antonio Virgínio Fernandes, alertou: “O Hupe deveria ser referência no Estado, mas está imerso no caos. Temos 50% de contratos e, recentemente, o diretor do hospital anunciou a demissão de mais funcionários contratados. Fica claro que o governo não investe em saúde e educação, já que todo ano há corte no orçamento”.

Guilherme Motta, diretor da Asduerj, denunciou a contradição das universidades. “A evasão de professores é alta e muito complicada em um momento que o País forma muito mais doutores. Os professores da Uerj vão embora para as federais que têm melhores condições de trabalho. Não podemos deixar de lado o serviço público estadual e permitir este desfinanciamento”, avaliou.

Greve é sinalização Um ponto que aflige os servidores públicos é o período eleitoral que impõe a concessão de reajustes salariais até uma determinada data – 2 de julho. “Sabemos que o governo pode sancionar a Lei que concede reajuste aos servidores até o mês que vem. Como nós ficamos?”, questionou “Gaúcho”. O superintendente, Ivan Diniz, afirmou que não tem tempo e essa questão envolve mais estudos. “Não tenho condições de atendê-los este mês”. Sem qualquer avanço nas negociações e sem perspectiva de reajuste salarial, as entidades começam a sinalizar indicativo de greve.

Até quando? Ficou evidente a contradição da Seplag. São quase dez anos sem reajuste, as universidades em pleno desfinanciamento público e ainda faltam estudos? A cada dia, um setor da Uerj sofre com a falta de infraestrutura. A cada dia, os trabalhadores vêem seus salários achatados. E ainda faltam estudos? Enquanto isso, os representantes da Seplag se transformam em bodes expiatórios de Cabral que insiste em não negociar com as entidades. É bom lembrar que o dinheiro dos royalties nunca foi e não é destinado às despesas fixas, como os salários dos servidores públicos. Portanto, mais uma farsa do governo Cabral com suas lágrimas de crocodilo. Servidor, vamos arrancar nosso merecido reajuste. 82% já!

FONTE: www.sintuperj.org.br

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