Alunos e professores da Uenf se manifestam em aula pública no Centro



Por Daniela Abreu

Fotos: Carlos Grevi


Professores querem espaço para dialogar questões com o governo

Alunos e professores da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) participaram de uma aula pública na manhã desta sexta-feira (07/12), marcando o terceiro dia de paralisação por tempo indeterminado, iniciada nesta terça-feira (04/12). Os professores reivindicam, dentre outros fatores, a equiparação salarial com os profissionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que é de 75%.

De acordo com o professor Marcos Pedlowski, toda greve tem seus prós e contras e contar com o apoio dos alunos é de fundamental importância para a legitimação do ato.

“Esta última paralisação é extremamente interessante por que apesar dos alunos serem contra a greve, eles vêm nos apoiando na luta contra o Governo. Por que num primeiro momento o governo tinha o argumento de que os alunos estavam sendo prejudicados e os alunos estão fechando a BR- 101 e não estão aqui simplesmente para falar que eles não querem greve, estão aqui para dizer que são contra a política de destruição que o governo do estado vem fazendo na Uenf.”


O professor ressaltou a indignação do corpo docente da universidade, que não encontra diálogo com o executivo do Estado, após greves, paralisações e audiências na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Marcos acredita que algumas questões a dedicação exclusiva e a obrigação do pesquisador captar recurso para financiamento para aulas de graduação deveriam ter diálogo aberto entre a instituição e as secretarias de fazenda, casa civil e planejamento.

“A gente vê que é um problema de enfrentamento talvez num plano maior, de projeto. Para que servem as universidades estaduais. Nós achamos que servem para o desenvolvimento, para a gente se libertar da dependência dos royalties. Para muitos jovens essa é uma condição de ensino de qualidade. Nós precisamos saber o que o governo quer. Nós sabemos o que queremos”, finalizou o professor.

ENVELHECIMENTO DO CORPO DOCENTE


Marcos Pedlowski explicou que a defasagem salarial, no comparativo com o professor federal recém convocado pode retirar o atrativo das universidades estaduais, que desta forma contaria apenas com o quadro atual e a incorporação de alunos recém formados. O fato torna-se preocupante quando compromete a renovação do discurso e a troca de experiências.

“O salário inicial da Uenf está R$ 3 mil abaixo da entrada de uma federal então como é que você vai convencer um jovem doutor recém concluiu seu doutorado a vir pra Campos, ganhando três mil reais a menos do que ganharia na cidade do Rio de Janeiro? Isso representa o sucateamento do ensino superior no estado por que aqui nós vamos ter um processo de envelhecimento em entradas novas, ou a gente só vai depender de quem está na universidade.”

O presidente da Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Aduenf), Professor Raul Ernesto Palacio exaltou a participação dos alunos, mas acredita que para preservar o bom relacionamento e entendimento entre as partes há que se pensar numa nova forma de instigar o estado para o debate.



FONTE: http://www.ururau.com.br/cidades24817

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