Uenf: impasse continua e greve não tem data para acabar

10/09/2010
Joyce Trindade

Sem entrar em acordo com o governo, os servidores da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) seguem em greve desde o dia 16 de agosto. A paralisação atinge aproximadamente quatro mil estudantes e não ainda tem data para terminar. De acordo com a Associação de Docentes da Uenf (Aduenf), a reivindicação dos profissionais é pela reposição salarial, referente às perdas dos últimos dez anos, que chegam a 90%.

No dia 1º de setembro, o Secretário Estadual de Ciência e Tecnologia, Luiz Edmundo Horta, designado pelo governador Sérgio Cabral para intermediar a negociação, reuniu-se com o Conselho Universitário da instituição. No encontro, o secretário admitiu ter sido um erro a não inclusão dos servidores da Uenf no reajuste dado, no primeiro semestre deste ano, a diversas categorias de servidores, inclusive do próprio quadro técnico-administrativo da faculdade.

Atualmente, a Lei de Responsabilidade Fiscal impede que sejam dados reajustes salariais aos servidores, devido a proximidade do fim do mandato eleitoral. Entretanto, para o presidente da Aduenf, Marcos Pedlowski, há outras formas de se resolver esse impasse. "Esse ano, uma Emenda Parlamentar Coletiva destinou R$12 milhões à Uenf. Desse total, dez milhões seriam para repor as perdas salarias, mas o governador remanejou esse recurso e o alocou em outras áreas", afirma. Segundo Marcos Pedlowski, esse valor não iria resolver o problema, mas seria uma medida a curto prazo para, pelo menos, acabar com a greve e seguir com as negociações. "Essa reunião que foi realizada pelo secretário não resolveu muita coisa, pois ele confirmou o erro, mas não mostrou nenhuma forma efetiva de contorná-lo", declara. Novamente, Luiz Edmundo Horta comprometeu-se em entregar uma nova carta, desta vez do Conselho, a Sérgio Cabral.

Em nota, a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) confirmou que a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro acresceu, por emenda, no Orçamento para 2010, o montante de R$12 milhões. Porém, esses recursos eram provenientes de dotação destinada ao pagamento de aposentadorias e pensões de funcionários vinculados ao Fundo de Previdência do Banerj. Por isso, o governo cancelou, por decreto, as dotações beneficiadas pelas emendas da Alerj. Ainda em nota, a Seplag afirmou que posteriormente, em virtude de comportamento positivo da arrecadação do Estado, o governo destinou R$5 milhões para a Uenf que, por decisão do reitor daquela universidade, foram destinados a pagamento de bolsa a estudantes cotistas (R$800 mil), obras (R$3,2 milhões) e manutenção geral (R$1 milhão). Uma audiência pública está marcada para acontecer quarta-feira, dia 8 de setembro, às 10 horas, na Alerj, para dar continuidade à discussão em torno da greve.

FONTE:http://www.folhadirigida.com.br/script/FdgDestaqueTemplate.asp?pStrLink=7,79,0,238274&IndSeguro=0

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