FALTA DE INVESTIMENTOS DEIXA A UENF EM SITUAÇÃO DE ABANDONO
Governador não destina verba para melhorias na universidade
A Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) nunca atravessou um período de tamanho abandono por parte do governo estadual como agora na gestão do governador Sérgio Cabral (PMDB). A declaração é do presidente da Associação dos Docentes da Uenf (Aduenf), Marcos Pedlowski, após a paralisação de advertência, por 24 horas, na última quinta-feira, em conjunto com o pessoal da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
“A situação da Uenf é muito grave. Neste governo, a universidade tem funcionado com um orçamento de menos da metade do que necessita, algo estimado em R$ 250 milhões, quando a Uenf opera com aproximadamente R$ 100 milhões. A falta de investimentos chegou a um ponto em que a rede de instalação de energia elétrica não tem força suficiente para operar equipamentos que tem chegado à universidade. Sem levar em conta a depreciação dos salários, que tem provocado a migração de professores para outras universidades, faz algum tempo”, denunciou.
O quadro de abandono compromete até mesmo a segurança dos professores, alunos e funcionários. Parte dos banheiros encontra-se, segundo Pedlowski, sem luz, o que representa um perigo para quem os utiliza à noite. Parte do material escolar como tinta e papel tem sido financiado por verbas oriundas de financiamentos de projetos de pesquisa dos professores.
Outra razão para o movimento dos professores é o crescente processo de terceirização na universidade, que afeta até mesmo o quadro de professores, comprometendo a qualidade do ensino. “Trata-se de um absurdo, um despautério a utilização de professores sob relações de trabalho precarizadas que compromete a qualidade do ensino e violenta a idéia de uma universidade de excelência como a Uenf”, declarou Pedlowski.
Os professores reivindicam 82% de reposição total das perdas dos últimos dez anos, além de fim das terceirizações com a realização de concurso público e funcionamento pleno da instituição.
No blog da Aduenf, os professores ressaltam que a Uenf, em 16 anos de atuação, despontou como uma das 12 melhores universidades do Brasil. “Mas isto tudo está ameaçado. O governador Sérgio Cabral havia se comprometido em apresentar uma proposta de reajuste salarial no dia 31 de março… nada…somente o descarado silêncio. O que fazer?”, indagam.
Os professores da Aduenf assinalam ainda que “todos sabem o quanto as greves e paralisações na educação pública estão desgastadas e atrapalham a atividade acadêmica. Mas quais as alternativas? Como sensibilizar a sociedade do momento delicado? Nos dias 14 e 15, quarta e quinta-feira passadas, a Uenf paralisou as suas atividades e foi para as ruas do centro da cidade mostrar a população parte dos riscos que ameaçam as Universidades Públicas Estaduais. Dentre tantos problemas, a Uenf tem sofrido um significativo e perigoso processo de evasão dos seus professores, que buscam melhores salários e condições de trabalho nas instituições federais de ensino euperior em franca expansão”, finaliza o texto.
Fonte: www.odiarionews.net 01/05/2010