Funcionários da USP iniciam greve mesmo após reitoria ameaçar cortar salários

Os funcionários da USP (Universidade de São Paulo) iniciaram nesta quarta-feira greve por tempo indeterminado para reivindicar reajuste salarial. Por volta das 9h40, os serviços de restaurantes e ônibus circulares estavam interrompidos devido à paralisação da categoria.

O início da greve acontece mesmo após a reitoria da universidade anunciar que vai impor multa de R$ 1.000 por dia, caso o movimento grevista dos trabalhadores cause transtornos, como colocação de piquetes e bloqueios de acesso, de acordo com uma liminar adquirida na Justiça. A reitoria também afirmou que não vai pagar os dias não trabalhados.

O diretor de base do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), Magno de Carvalho, voltou a afirmar nesta quarta, que "as ameaças não intimidarão os funcionários". A categoria deve realizar ainda na manhã de hoje uma assembleia no prédio da faculdade de História, onde discutirão a paralisação. Apesar disso, Carvalho destaca que "não há possibilidade de a greve ser interrompida devido a essas ameaças".

Ontem, o diretor já havia afirmado que poderá haver "cerco do prédio da reitoria e o fechamento dos outros prédios". Segundo ele, a colocação de piquetes é feita para não distinguir os funcionários que entraram em greve e os que não entraram e para evitar perseguições.

"Com o prédio fechado, não é possível descontar do salário pelo ponto e evitamos que os funcionários sejam ameaçados e perseguidos. Essas ameaças nunca intimidaram os trabalhadores e vários prédios têm permanecidos fechados durante greves", disse o diretor.

Os servidores reivindicam aumento salarial de 16% mais R$ 200 e o repasse de 6% dado pela reitoria aos professores em fevereiro deste ano. A USP informou que as reivindicações ainda não foram avaliadas. Uma reunião de negociação com o Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) foi marcada para o dia 11 de maio.

Por volta das 9h40 desta quarta, nem o sindicato nem a reitoria da universidade tinham um balanço de adesão a greve. Apesar disso, a USP informou que os serviços de ônibus circulares, restaurantes, assim como o antigo prédio da reitoria e a antiga prefeitura do campus estavam comprometidos.

Ano passado

No ano passado, uma greve iniciada por funcionários da USP também em 5 de maio ganhou a adesão de professores e estudantes um mês depois, após a Polícia Militar ter sido chamada pela então reitora Suely Vilela para impedir piquetes dos servidores em prédios como a reitoria.

A greve durou 57 dias e foi marcada por um conflito entre a Força Tática, de um lado, e estudantes e funcionários, do outro, que deixou ao menos dez feridos. A paralisação terminou em 22 de junho sem que as principais reivindicações da categoria fossem atendidas.

Fonte: www.uol.com.br

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